quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

_Um Fevereiro Memorável...

Não sei bem como começar a escrever a respeito do que vivi esse mês. A principio eu tinha tanta coisa pra falar, mas me fugiu das mãos, como águas escorregando, o domínio de expressar sentimentos através de textos confusos e ambíguos. Eles ficam aqui, todos guardados. Ao menos não são mais tormentos, são afagos.

Aniversários, shows de bandas e cantores que representaram muito na adolescência, confraternização com pessoas de serviço, dentre tantos outros momentos pequenos, isolados, que fazem a hora passar de uma forma bem agradável;
Um acidente que protagonizei, aonde fui muito sortudo por sinal, e que não quero repetir jamais Hahaha;
Uma despedida agridoce de amigos que estão grudados no peito, na carne viva do coração. Partiram deixando muitas saudades, mas pra algo que valerá pra o crescimento e amadurecimento de ambos, como casal, como profissionais, como seres humanos. Aqui, os aguardo com uma ansiedade grande;
Finalmente conheci o Rio de Janeiro, cidade maravilhosa. E foi um turbilhão tão grande de sensações e pensamentos, que eu acabei por não conseguir passar pra ninguém o que eu senti. Soa meio egoísta, eu sei, mas não deu pra descrever o que os olhos paravam pra ver, o que a pele sentia em contato com aquela água, aquela brisa, aquele lugar. As noites que cresciam em glória, e o amanhecer que espalhava luz e calor pra todos. A noite bohemia que não podia faltar, e aquela perde básica de memória, causada pela farra desta mesma noite. Me senti como se estivesse encenando um protagonista de "Se Beber Não Case". Hahahaha.

Restitui valores e consertei fraturas que existiam a anos na relação com pessoas que são pra mim doadores do ar, que dão o motivo da vida. Aprendi a viver, porque isso é preciso.
Através de observações e noites de infinitos pensamentos tive tantas duvidas que seria capaz de confundir a fé mais cega. E, num súbito momento, voltei a ter certeza, depois de ouvir uma canção, de que o que é realmente importante é fazer as coisas acontecerem todas do Meu Jeito. E quando o arrependimento vier, porque erros são inevitáveis, eu vou poder me lembrar de que eu tive coragem pra enfrentar sobretudo os meus próprios fantasmas pra poder vencer, chegando ao fim de um mês, de um ano, de uma vida inteira.

Me despeço desse Fevereiro com uma satisfação enorme, e pensando na filosofia do Eterno Retorno, peço: VOLTA FEVEREIRO, DESSE MESMO JEITO, PORQUE EU CURTI MUITO VIVER VOCÊ!

Com uma enorme satisfação, até o ano que vem;


Jefferson Almeida

domingo, 12 de fevereiro de 2012

_Despedida

Existem várias maneiras de morrer.
Há sempre aquela que segue a ordem natural das coisas, que acontece na velhice, numa cama quentinha, deixando pra trás uma vida bastante longa.
Existem várias formas de partir.
Mortes repentinas, acidentais, que não são previstas, e que nos surpreendem.

Existem, também, várias formas de tirar a vida de alguém. Assassinatos brutais. Provocam a fúria de uma alma que ainda não estava pronta pra partir. Um espírito que não viveu o destino que prescreveu junto com sua família, seus chegados.

Temos hoje muitas maneiras de perder a vida, inclusive para doenças. Essas que a medicina ainda não conseguiu vencer. Doenças que nos degeneram até o último suspiro. Que, por descuido nosso, nos encontram numa noite de prazer e nos abraçam forte até sugar toda a nossa energia vital, ou talvez aquelas que invadem a nossa realidade sem aviso, e, com o mesmo abraço apertado, faz-nos esvair dos pulmões o ar que nos mantêm de pé.

Existem muitas possibilidades de ir embora. Porém no meio de tantos jeitos diferentes, de diferentes histórias, encontramos as maneiras que temos de viver.

Apesar de todas essas inúmeras possibilidades citadas, temos conosco, desde o nascimento, apenas uma certeza na vida: a morte.
Não podemos planejar a morte se não formos suicidas. Não planejamos morrer, apenas acontece. Mas podemos planejar a vida, enquanto a temos.

Em geral, também não escolhemos a quem amar. E essa história já começa no berço. Ou você teve opções na hora de decidir quem seriam seus pais, tios, avós ou primos?
Podemos escolher estar perto de quem amamos. Ainda em vida, podemos escolher dedicar a eles atenção e afeto. Podemos massagear o coração com pequenos momentos de prazer que ficarão na memória da eternidade, gravado não apenas em fotos, mas em descendências que acompanharão o legado de todo esse amor.

Se pensássemos na morte da maneira correta, nos despediríamos todos os dias de quem amamos.
Eu decidi que não vou viver mais do que um dia. A mim basta o hoje. Tenho apenas 24 horas. Tenho só o aqui e o agora.
Não vou me despedir induzido por uma doença em estágio terminal, ou tampouco influenciado por um acidente qualquer que me permita fazer apenas uma ligação de adeus, e nela tentar explicar tudo o que eu deixei de dizer a minha vida inteira, resumindo em apenas um: 'eu te amo'.
Vou demonstrar hoje, que é o último dia que me resta. O amanhã? Deixa estar, deixa estar.




Por Jefferson Almeida

domingo, 5 de fevereiro de 2012

_Escolha

É chegada a hora de decolar, mas não posso estar presente em dois lugares em tempos iguais.
Veio a tona o momento que estava sendo esperado, com lugar guardado em local de destaque, mas não posso ocupar dois lugares no espaço, simultâneamente.
Alcancei, com suor no rosto, a vida. Depois da batalha, o meu sangue não se esvaiu por completo, e eu sobrevivi, mas não posso lutar contra dois guerreiros na mesma arena.

É chegada a hora de decidir, porque o tempo de cantar chegou.
E já que não posso ser dois, faço o que devo, ou o que quero?
A religião me repreendeu, e eu preferi ser feliz...

Por Jefferson Almeida