domingo, 26 de abril de 2009

Por milhares de milhas...

Toda noite, quando o crepusculo cai, o mar permanece lá.
Toda manhã, quando o crepusculo se esvai, veja, o mar ainda esta lá.
Não que ele esteja feliz;
ele só esta lá.



A mansa brisa toca meu rosto por vezes...
Ela insiste, mas não pode saber o sigilo de meus pensamentos.

Quem estaria naquela pedra, naquele momento, não importaria. Não seria notado. Não faria diferença.
E eu pensava: Mar, quem é você?!

As águas que pareciam surrar nas pedras que deixariam de existir após serem consumidas, me respoderam essa pergunta.
O mar é solidão. É a arrogancia de poder viver sem a mão do homem tentando mudar tudo, e ajustar da melhor maneira, para que agrade os cegos de espirito.
O mar é a representação da rotina mais desejada. Pois cada onda projetada no impeto de sua furia, é nova! Pois se reestrurura a cada manhã.
O mar conformou-se em estar só, pois ninguém fora capaz de chegar ao ápice de conseguir se igualar a tão esplendida magnitude, de transpassar por todo o mundo, por todo o tempo, sem ser reconhecido! Ao contrario disso, com o passar dos anos o mar percebe que, se não podem desagua-lo para construirem edificações com pedras e cimento, matam sua vida com aquecimentos e efeitos, sabido de todos o grau de perigo e petulancia.
Eu sou como o mar.
Sou como o andarilho perdido.
Busco minhas milhas, aonde nelas eu estou realizado e, por um segundo, estou dentro da caverna de novo. Protegido e alienado desse mundo que é podre, e dessas pessoas que não se respeitam.
Sou consciente de que nao posso voltar. Sei das minhas dores, e os meus olhos me ajudam a esconder.
Se num fragmento de rocha nasce uma 'pepita' de areia, o farol desse mesmo mar me anuncia a chegada da esperança, antes de tudo acabar.
Até que eu arrume um bom emprego. O melhor.
Até que minha jaula seja limpa, e tudo se renove!
Até que acabem com todos os sonhos, de todos os homens!
Até que todas as mães sejam eternas...
Até que eu encontre a mulher da minha vida!
Até que eu termine a minha faculdade. A faculdade do saber, onde nada faz muito sentido, mas a mensalidade não pode deixar de ser paga.
Até que a maldição seja quebrada, e eu possa amar de novo! E viver noutra fase!


Até lá, percorro milhares de milhas renovaveis e sustentadas na condição de estar no mundo do meu jeito, mesmo nao sendo o mundo que eu quero...
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Texto por Jefferson Almeida;
agora, há pouco.


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/ Intepol - The Lighthouse
para dar um contexto ao texto escrito!

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